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Bolhas

Das Bolhas ao Substrato

Prezados venho a vós esclarecer que as discussões políticas em torno das vacinas: se boas ou ruins, se já devíamos ter iniciado as imunizações ou não ou se a vacina A é melhor que a B não passam de bolhas de sabão. Já deveríamos ter saído da fase histérica da crise para a racional, pelo menos em relação as orientações governamentais – judiciais. Esse “defeitinho” normalmente ocorre quando focamos em apenas um objeto de salvação, assim como em Deus ou na vacina, nos esquecemos que medidas de prevenção são extremamente eficazes. Usadas de forma inteligente já poderiam ter resolvido o problema dos transportes públicos, escolas e até mesmo a lotação de hospitais, mas não é o que temos visto. A própria OMS já deveria ter planos para a vacinação em massa, gratuita e bem distribuída pelo planeta, única forma efetiva de exterminar com a doença.

Sempre fui fã dessa área de saúde, pois coloca ricos e pobres no mesmo patamar, rompe fronteiras e barreiras morais em prol da humanidade. Na verdade, estamos diante de um dos maiores paradigmas da sociedade: liberdade X segurança. Ficamos discutindo incessantemente puxando a corda – horas para cá horas para lá – sem nos dar conta de que esse cobertor é curto e que ao cobrir a cabeça necessariamente teremos de descobrir o pé. Falar em liberdade é citar os direitos humanos individuais, permitir a auto realização – gratificação pessoal, e a criação. Já conversarmos sobre segurança é proclamar o direito coletivo, ensejar a consciência universal e o amor. Na liberdade o processo de evolução é mais lento e sólido, como na democracia, já na segurança este processo é rápido mas efêmero, como observado na segunda onda da Covid-19 que estamos vivendo. A liberdade a longo prazo é segurança e a segurança a longo prazo é liberdade.

Como sair desse imbróglio? O que devemos de fato analisar nesse momento? Em que basear a decisão correta em todos os setores? O fato é que estamos nos esquecendo de uma variável determinante para o momento, o tempo. Este “senhor” que a tudo destrói, não pode ser alimentado por discussões tolas, fogueiras de vaidade, lenhas na fogueira ou preconceitos morais individuais. Sua vida, a do tempo, precisa ser encurtada e só existe uma forma de transpor essa barreira… com a velocidade. A percepção científica de que ao ultrapassarmos a velocidade da luz voltaríamos no tempo, nos dá a dica correta para encurtar nossos processos em direção à soluções. E sendo LUZ o que devemos ultrapassar devemos nos lembrar que só é possível de uma forma: pensando e nos colocando no lugar do outro, coletivamente.


Abraço virtual
Edgard de Vilhena

Como escolher o melhor médico e o melhor hospital?

É comum observarmos escolhas baseadas na marca. As marcas trazem um resumo, uma imagem, um significado agregado. Mas desde que inventaram o “marqueteiro” que as marcas sofrem algumas distorções da realidade. Apropósito, qual é o hospital que investe em aprimoramento contínuo de seu pessoal médico? Sequer são funcionários daquela instituição em sua maioria. Se orgulham em dizer que são hospitais abertos receptivos a todo profissional que queira internar seus pacientes, se isentando assim de qualquer compromisso com gestão.

Alguns ainda selecionam os melhores currículuns, mas quantos currículuns ou indicações não passam de auto promoção tombando na primeira avaliação de suas chefias… O fato é que a instituição hospitalar ganha com a não gestão! Ficar mais tempo internado aumenta a taxa de ocupação hospitalar. Abusar da solicitação de exames, material e medicamentos aumenta a receita da instituição e ilude o paciente que acredita na parafernália…

Afinal, de que estamos falando? De Shopping Centers ou nosocômios?
Em tecnologia de produto ou tecnologia de processo? Do que vender ou de como intervir? Já não é de agora que o mercado despeja produtos, novidades, sem uma avaliação de processo criteriosa. Indicá-los para depois baratea-los e só então entende-los… Na história brasileira já ouvimos coisa parecida: “fazer o bolo crescer, para depois dividir”… É como funciona! Não há crivo do fornecedor ou da instituição promotora, o hospital. De fato estes artefatos agregam uma imagem de modernidade imprescindível aos profissionais e instituições que só se preocupam em trabalhar a marca e não seus conteúdos. São os “marqueteiros”de plantão!

Então como avaliar? Avaliar é julgar e julgar é dizer sim e não. Vivemos um momento político que dizer não só traz problemas e exclui os autores dos grupos e instituições. Sendo assim, seguimos dizendo sim… até que Deus ou a vida nos diga não… e ela nos diz…
O diligente maior da saúde do paciente é o médico. O discurso hipocrático de que o médico deverá limitar a interferência alheia, cabe não apenas a familiares leigos onipotentes, mas, há meu ver, também a outros médicos menos atentos com o resultado final. Isto se revela especialmente quando falamos de pacientes graves:
O Sr Newton, na UTI por uma função renal prejudicada agudamente. Internado no melhor hospital, com os melhores médicos e filho de médico, estavam todos crendo que a causa deveria ser um câncer. Os apelos do filho médico para iniciar imediatamente um tratamento, pois o que estava em jogo era o rim do paciente, não foi atendido sem antes submetê-lo a uma biópsia para melhor definir o diagnóstico. O que é uma conduta dita correta, se não fosse pelo fato desta biópsia levar uma semana para expor seu resultado. Não houve o cuidado nem do cirurgião, nem do oncologista, com títulos no exterior, em exigir uma biópisia por congelação, procedimento este que mostraria o resultado ainda no centro cirúrgico, possibilitando a introdução de um tratamento que poderia salvar seu rim e sua vida. Uma vez com insuficiência renal, este paciente se submeteu a diálise. Antes da introdução do procedimento, novamente o filho médico questionou o fato de iniciarem a diálise pela máquina com cateter venoso ao invés de fazer a diálise peritoneal, procedimento este mais simples, mais barato, porém mais trabalhoso para os profissionais envolvidos. Por não haver nenhuma contra indicação formal a hemodiálise, eleita pelos médicos assistentes – a máquina de última geração – o filho médico do paciente se calou, posicionando-se eticamente em seu lugar de filho e outorgando a decisão a quem estava no papel de cuidador. Duas semanas após este paciente faleceu por uma trombose provocada pelo cateter da hemodiálise. Não obstante ao fato deste paciente ser meu pai e da saudade natural que a situação impõe, como disse anteriormente, ele estava no melhor hospital e com os melhores profissionais e se tratava de um paciente grave. Mas, sem dúvida, talvez ele tivesse uma chance, se os processos hospitalares existissem… A falta de percepção do tempo/ gravidade e simplicidade na condução do caso, a ausência de uma liderança, um gestor médico, capaz de interferir diretamente na internação assumindo riscos ao decidir mais precocemente por uma terapêutica, impedindo procedimentos mais complexos sujeitos obviamente a maiores complicações e por fim punindo, dizendo não! Àqueles que não fizeram o que deveria ter sido feito, selaram seu prognóstico. Atitudes médico-administrativas como as sugeridas, poderiam modificar o quadro geral da assistência pública e privada deste país. Não basta ter os equipamentos necessários, a melhor hotelaria, o povo mais adestrado a dizer sim… Se tudo isso não for direcionado eficientemente para salvar vidas. Não se consegue isto apenas com auditorias unilaterais, nem com os melhores profissionais, nem com muito dinheiro… Só se consegue isto modificando a cultura de pessoas envolvidas no cuidado médico hospitalar, que esteja voltada para a verdade como premissa e no melhor resultado como finalidade.

Por hora, enquanto não conseguimos mobilizar todos os implicados neste processo deixo minhas sugestões aos leitores:
1) Não escolham médicos ou hospitais pela marca. Tenham a certeza que isto só reflete a posição deles, que não é isenta!
2) Escolham primeiro o médico gestor e paguem por este profissional, pois seu plano de saúde não cobre!
3) Não confiem em indicadores isolados de qualidade (tema do nosso próximo assunto), ou em estruturas com muita divulgação na mídia, pois devem estar alocando recursos no lugar errado!
4) Procurem hospitais com o melhor corpo de enfermagem, pois em última análise são elas que cuidarão de você! Aquelas equipes que sabem do seu problema e se interessam por você, transmitindo seus problemas e cuidados para o próximo plantão.
5) Não assuma o seu próprio caso nem o de parentes próximos, ninguém merece isso…
6) Tenha compaixão com os profissionais que estão cuidando de você, pois isto irá atenuar a sua dor…

A licitação do Bolão. O problema de avaliar pela média.

As licitações resolvem os problemas de custos das empresas? Como funcionam licitações em empresas que detêm o monopólio do mercado? O único ou o grande empregador consegue obter o melhor resultado com esta prática?

Bolão era o dono do supermercado em uma cidadezinha do interior. Rei do pedaço, seu poder só se equivalia ao dono da fazenda local, Dr Armando, que mal ficava na cidade tamanha eram as condições insalubres de Piscinópolis. Era também o maior empregador local, o único fiador e filantropo daquela problemática região a qual obviamente já havia sido até prefeito. Ostentava ainda o título de morador mais rico, o que lhe incomodava, afinal como podia ter tanto e sobrar tão pouco? Comparado aos magnatas da cidade vizinha era um pobretão…

Não diferentemente de Piscinópolis se comportam alguns mercados neste país. Governo, seguradoras de saúde, empresas de cimento, sindicatos e alguns setores de bebida e alimentação saem da condição de “empresa” para “mercado” quando por seu gigantismo passam a ser o alvo único ou principal de diversas empresas menores. Sem as características peculiares que regem um mercado livre como autonomia e flexibilidade, aquilo que definem passam a valer para todas as outras empresas do setor, impõem suas condições aos seus fornecedores, não sabem negociar, só barganhar e o que parecia ser uma vantagem competitiva transforma-se no “piscinão do bolão”…

A decisão estava tomada. Vamos baixar os custos da empresa! A saída para evitar os corruptos e alcoviteiros é uma licitação clara e transparente. O alvoroço foi tremendo! A faxina também… A redução de gastos com serviços terceirizados no primeiro semestre chegou a quase 50%. Condições mínimas curriculares e decisão pelo menor preço, obviamente fizeram parte do pacote licitatório. O supermercado contratou uma empresa acostumada com este tipo de concorrência para tocar o projeto e como não dispunha de muita grana negociou um percentual da provável redução dos custos como pagamento à contratada.

Objetivos atingidos. Um ano depois veio a ressaca… Os problemas aumentaram! Reclamações de clientes e prejuízo financeiro basicamente. O pouco lucro que ainda dispunha evaporou! E pasmem… Qual foi a solução ensaiada pelos contratados? Nova licitação!

Dominado por um segundo de iluminação, Bolão esbravejou:

– Chega! E decidiu ele mesmo ver o que estava acontecendo:

1)                            Primeiramente identificou que as pessoas que lhe prestavam os serviços licitados permaneciam as mesmas, logo não parecia ser um problema de pessoal, até a quantidade era adequada.

2)                            Seu único, por assim dizer, possível concorrente, não havia crescido no período de forma significante, logo não parecia ter perdido mercado. As pessoas ainda compravam o mais barato.

3)                            Os custos com os serviços licitados estava realmente menor.

Então qual era o problema? Como que uma empresa que dava um discreto lucro, depois de ter passado por um processo longo e desgastante que foi aquela licitação, estava dando prejuízo? E de pergunta em pergunta foi descobrindo:

Os custos com os serviços, não licitados, ligados a toda e poderosa fazenda do Dr Armando que gozava de uma quase exclusividade duplicou.

Os responsáveis são os auditores! Gritou Bolão! Como foram deixar passar isso e aquilo… Foi quando uma funcionária recém contratada da cidade vizinha lhe disse:

1) – Também… Licitar empresas que vão fiscalizar outras não licitadas dá nisso!

A obviedade assustadora da colocação sapecou um grande silêncio e conseqüente reflexão em Bolão… Percebeu ainda que:

2) A licitação havia mantido os serviços minimamente, mas acabado com a gestão que as mesmas empresas faziam anteriormente.

Desmotivados os mesmos, mas “novos” colaboradores não queriam mais se indispor com os “Armandistas”, partidários da fazenda do Armando. Perderam a crença em resultados, outrora obtidos em empresas que perderam a disputa. Se cansaram de limitar a insaciável gula por “direitos” dos clientes do supermercado e de questionar suas chefias diretas. Estava tudo certo… Estava tudo errado. Os colaboradores eleitos pela licitação descobriram que flertar com o pessoal da fazenda poderia ser a solução. Novas oportunidades e quiçá, receita adicional…Na verdade estas empresas haviam aceitado os valores impostos pelo supermercado apenas para não perderem o cliente, o emprego… Os funcionários eram os mesmos! Haviam migrado para as empresas concorrentes vencedoras da licitação. É muito difícil dizer não para um cliente que é o mercado. As empresas escolhidas passaram a ser meramente uma empresa de recolocação de pessoal, a ordem era prestar os serviços contratados com todas as exigências da renovação que não eram poucas:

3) Eram tantas exigências, detalhes nos contratos firmados que os contratos perderam a pegada, o foco no resultado. O medo de que essas empresas eleitas não cumprissem o contrato, dominou o negócio.

4) A decisão que norteou a maioria das licitações, foi um “equilíbrio” uma média, entre o menor preço e o melhor serviço.

Aquelas empresas consideradas Premium, algumas que recuperavam uma quantia significativa de dinheiro para o supermercado, foram classificadas como empresa A. B para as mediana e C para as insignificantes. Este critério qualitativo não contemplava a quantidade de dinheiro recuperada pelas empresas. Escolhida a empresa B na licitação por ter um preço menor que a A e ter uma classificação razoável, não representava a real diferença de resultados entre A e B. A escolha de parceiros médios, misturando conceitos qualitativos com quantitativos traria resultados no máximo medianos. E na mediana os valores extremos não interferem na média. Os piores, mas também os melhores resultados são naturalmente excluídos. Decisões ponderadas baseadas na opinião média não trazem resultados significativos, mantém o status de “isenção” dos funcionários do supermercado, mantendo o equilíbrio de forças interno, e o desequilíbrio nas contas…

Dois meses passaram…Bolão colocou a recém contratada como CEO do supermercado, passou a fazer contratações baseadas em resultados e performance, perdeu 20 kilos e enfim pode gozar de férias…

O empresário placebo

Estamos todos obsessivamente em busca da verdade, funciona mesmo ou não, dá resultado ou não dá resultado, é bom ou não é… Enquanto desviamos nosso olhar para a pureza destas respostas, a evidência, nós deixamos de ver o óbvio. Exemplificando recentemente Stallone, o astro de Hollywood, entre gravações de seu último longa metragem numa floresta brasileira, ao ser advertido pelo IBAMA pelo barulho produzido nas filmagens, prejudicando então os macacos residentes, indagou: que macacos? O fato é estarrecedor, pois embora não os visse dentre as árvores, a falta da evidência, a fez crer que não existissem… Que me perdoe Descartes em sua célebre frase “penso, logo existo”, mas apropriadamente neste caso: se não vejo, penso que não existe…

Mauro podia ser um destes macacos que Stallone não viu, um brasileiro formado em Oxford, desfilava um currículo invejável: MD, PhD, CEO e VIP voltava ao Brasil. Rapidamente requisitado por empresas, ministrava palestras. Terno impecável e dono de uma requintada sistemática debulhava generosamente sua cartilha para ouvintes que imediatamente respondiam com muita emoção. Os resultados positivos de Mauro para as empresas eram observados imediatamente: melhora no ambiente organizacional, aumento de produtividade e conseqüente lucro financeiro.

Estava tudo indo muito bem até que a assessoria de imprensa de uma das empresas clientes de Mauro disse: esse cara é placebo! Placebo tecnicamente falando é um termo usado para expressar um efeito positivo oriundo de uma “falsa” intervenção. Sem, seu princípio ativo, a substância, o “conhecimento verdadeiro nuclear”, conteúdo ou centro, estas intervenções transformam pelo que está ao redor delas, a casca, seus contextos e suas circunstâncias. Agem por mecanismos de ação que agora a ciência vem revelar:

1)                            Expectativa: é o principal mecanismo de ação destas intervenções. Palestrante famoso, com títulos no exterior, reforçado pela aparência impecável, ambiente suntuoso e atitude generosa deixava os ouvintes excitados com a possibilidade de encontrarem ali a solução para seus problemas, antes mesmo de ouvir o que tinha a dizer.

2)                            Condicionamento: a sistemática requintada que propunha a seus ouvintes requeria esforço e dedicação. O ritual criado para que fosse repetido sempre ao chegar ao escritório tinha a força de uma oração. Relembrava as pessoas de seus objetivos cotidianamente moldando as suas atitudes ao longo do dia.

3)                            Motivação: falar ao coração das pessoas dava mais motivos, energia, àqueles que arduamente garimpavam uma oportunidade. Sem abandonar a razão, esta residia na boa explicação que encontrava, em sua imaginação, para fenômenos comuns. Reforçada ainda pela constante busca por significado ou propósito que retirava de fatos considerado por muitos aleatórios… Tudo isso, conspirava em direção a premiação final… “O topo, o céu”.

Valendo-se da evolução natural creadora e multipartidária que a vida possui, atribuía seu resultado positivo humildemente a Deus. A despeito desta ou daquela empresa mais sisuda ou crítica em busca de um “DNA da verdade”, 50% de resultados positivos não eram de se jogar fora… Desta forma nosso palestrante paulatinamente conquistou simpatizantes, arrebanhou adeptos e criou súditos até constituir a Igreja Universal PARATODOS e se tornar, o pastor Mauro.

P.S.: Stallone continuou sem encontrar evidências de sua existência…

Por quê?

Ela chegou e disse:

– O que é que tem nesses vidrinhos aí?

Por quê? Interpelei, como se já não soubesse…

– Dr… Mudei minha mesa de lugar no escritório, pedi minha separação pro meu marido, briguei com minha mãe e estou encarando umas baladas…

E o sono…

– Estou dormindo que uma beleza!

Emagreceu?

– Perdi 1,5 kg sem fazer muito esforço, tenho conseguido ficar um pouco mais distante dos doces!!!

Sexo.

– Conheci um cara…

Medos…

– Chorar agora só com hora marcada, não estou mais me sentindo tão só.

São histórias como essa, vivendo cotidianamente, que me encorajou a fazer este livro.

A história acima aconteceu no meu consultório e mostra uma ex-paciente assumindo o controle de seu corpo, de suas emoções, de sua vida, o seu mundo e não um desvio da moral familiar dos “bons” costumes. O caminho para a cura.

Durante dez anos pesquisei e compilei cenários em que almas e corpos se entrelaçam na busca de um equilíbrio tentando diminuir angústias, tensões e dores.

Vou descrever situações em que almas em conflito geram doenças. Almas que se chocam dentro de casa e nos escritórios pelo poder que imobiliza, afasta e corrompe os organismos. Este livro vai lhe ajudar a se ver de fora. E as histórias que reproduzo sustentam e geram outro poder, o de decidirem sobre suas próprias vidas, que sugeri com bons resultados ao longo dos últimos dez anos.

Você acompanhará também almas solitárias buscando se vincular ao universo de outras almas fora do seu contexto imediato. Por querer mais poesia, mais arte, mais alegria ou mais amor. Um esforço solitário que quando bem sucedido vira sucesso. Quando as tentativas falham, vira hipertensão, depressão, obesidade e medo.

A cura começa ao identificarmos como as relações entre gente, entre conceitos conflitantes com desejos, geram um poder perverso que acabam por se encistar o corpo das pessoas. Num lugar vazio, que nada floresce, o Eu só. Que cresce esmagado, como um nódulo que nos incomoda e acaba virando doença.

O Instituto de Valorização da Saúde estuda o homem sob a ótica dos desejos, das relações entre almas e poder. Tenta mobilizar a integridade da pessoa (corpo e alma) a seu favor. Mobilizar o ser vivo a favor de sua própria saúde, aprendendo a gerenciar conflitos, tensões e angústias para evitar doenças.

Vou mostrar também que é muito mais difícil buscar a Saúde do que sugerir panacéias para as doenças catalogadas.

A Saúde ou a cura (ou seja o retorno à Saúde) na maioria das vezes está ao nosso alcance. Este livro e o Instituto de Valorização da Saúde pretende ser o seu apoio nesta conquista.

O mundo virtual

“A folha toma a forma específica do carvalho, do bordo ou da bétula de folhas serrilhadas porque algo no vazio circundante governa o modo de ela se formar de acordo com sua espécie”- Goethe. Nem tudo é genético ou a genética não governa tudo, mas atua de forma interativa com o meio. E o meio é o vazio, o espaço entre um e outro indivíduo, que só existe quando através das relações se percebe a distância ou proximidade que nos encontramos uns dos outros. É na análise deste universo quântico que começaremos a desvendar o invisível. Nos utilizaremos de diferentes modelos, o valor destes modelos está em estabelecer uma definição, um padrão útil para medir aproximações. Nos valeremos dos arquétipos, modelos, que há 200 anos frutos de experimentações médicas, delinearam os chamados policrestos homeopáticos. Exploraremos as relações ancestrais que os dois maiores pecados morais: ira e luxúria, traduzidos sutilmente por Jung e Freud como poder e desejo interferem na saúde organizacional. É claro que o mundo virtual é bem mais amplo e fazem parte deste, também aspectos ambientais como: poluição do ar, sonora, visual, alimentos impregnados de metais e significativa carga hormonal, ondas eletromagnéticas dentre outros. Porém não sentimos, que estes elementos sejam tão relevantes nos processos patológicos endêmicos atualmente registrados: obesidade, ansiedade, depressão e criminalidade.

No excepcional livro de James Hillman, Tipos de Poder, que define poder como ser capaz, pura potência, não o fazer mas a capacidade de fazer, a energia oculta capaz de desempenhar um trabalho ou mudança. O desejo, muitas vezes representado como impulso sexual, na verdade é o estopim, a centelha que deflagra o poder como instrumento para a aquisição de um bem. Entender desejos passa pelo entendimento dos códigos de cada indivíduo, o que dá ou não prazer para cada um. Entender poder passa pelo entendimento dos códigos sociais do que é bom ou ruim – sucesso ou fracasso. Ambos têm obviamente conexões intrínsecas indivisíveis, mas podemos separá – los para melhor explicitação dá técnica. O poder exercido sobre um indivíduo, advindos dele próprio ou de outrem, poderá cura – lo ou adoece – lo, mas se perpetuado por longo período de tempo, mesmo que o considere como “favorável” levando – o a “ganhos” de qualquer natureza, irá adoece – lo. Assim são os miasmas, como uma crosta endurecida pela poeira que só o tempo é capaz de sobrepor e diferentemente de doença age como uma força que nos mantém encistados, impedindo de germinar. Em outras palavras as sementes são os nossos desejos e o poder, esta força que quando perversamente exercida sobre nós, detém nossos pensamentos, fantasias, sentimentos e hábitos num patamar inferior, de sofrimento.

Do mal moral

Como os dicionários usuais definem, moral é um conjunto de regras consideradas válidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa.

Conceitos morais vividos rigidamente por um longo período de tempo nos faz adoecer. Então, por que, então, criamos a moral?

Em nossa visão elementar, a moral, as regras, os limites são criados, em primeiro lugar, para nos proteger de nós mesmos, afinal, somente homens e baleias orcas, enquanto espécies, não possuem predadores naturais neste planeta, deixando o legado do medo e da insegurança para nossos pares, ou seja, “o inferno é o outro”. Em segundo lugar, o instinto nos une, agrupa-nos para que consigamos obter algo que desejamos e que não conseguimos sozinhos. Então, criamos limites (regras) para estarmos o mais focados possível nesse objetivo. Esse conceito organizacional, que se exterioriza como regra, também nos serve para não perdermos tempo repetindo serviços que outros pares dessa comunidade realizam. Assim é a lógica das organizações sociais e governamentais: família e empresa.

Em tudo que fazemos precisamos de nossa libido, fonte maior de nossa força vital, capaz de manter nosso corpo organizado de forma a não adoecer. No entanto, os valores que regem o ser humano como indivíduo são diferentes. Assim, diferentes idéias estimulam sentimentos diferentes, mobilizando diferentes pessoas, em diferentes momentos, para diferentes objetivos, devendo utilizar-se de regras diferentes – mas, infelizmente, isso ocorre quase sempre na mesma organização conceitual. O mal moral que adoece as pessoas é a vitória do plano estratégico das instituições sobre os desejos particulares de cada indivíduo. Regras consideradas válidas para todos atendem ao plano de alguns do grupo, mas frustram a particularidade da maioria, ou seja, a intimidade dos nossos desejos. A cultura de uma organização sem arte é a moral que permanece por muito tempo e acaba por implodir seus indivíduos em constante transformação, enrijecendo-os com artrites e artroses. Cotidiano sem sincronia com nossos desejos íntimos é a moral que criamos para nós mesmos e que exerce pressão de ruptura em nosso organismo, tornando-nos hipertensos em primeira instância (fase reacional fisiológica) para, em seguida, lesar nossos órgãos de forma irreversível.

Viver em harmonia com a comunidade é exercer papel complementar ao outro, afugentando assim o medo básico que seu par tem de ser devorado, superado ou vencido, abandonando a tensão ou o poder que emperra, imobiliza, afasta e corrompe os organismos físicos e que se traduzem, mais à frente, em doença. É natural e permanente exercer uma função complementar, que se soma à função do outro e, logo, deve ser perseguido. Essa postura no mercado e na vida é estratégica e tem poder mobilizador (saudável, dinâmico e não estático) que aproximam e revolucionam as culturas e a saúde das instituições.

Inteligência Emocional e a enfermidade

 

Desde que promoveram a supressão de emoções à condição de símbolo de inteligência, que a enfermidade galopa em nome da velha obediência civil.

Sinval era um funcionário exemplar: não faltava, tinha MBA, não recusava serviço, adequadíssimo, a simpatia em pessoa. Tinha tudo para ser o eleito para a vaga de seu superior. E foi. Quanto mais subia de cargo, mais sapos engolia. Começou com uma leve dor de cabeça as segundas feiras. Procurou um neurologista, que com um exame não tardou a lhe dar a boa notícia:

– Não é nada Sinval…

Tomografia, com efeito placebo, sobre a cefaléia do rapaz.

Um mês depois procurou um gastroenterologista por conta de uma queimação no estômago. Gastrite leve, nada que um remedinho não resolvesse. Seis meses bem, foi ao endocrinologista, diagnóstico: obesidade. Dieta verde, dieta animal, academia e terapias…. Cinco idas ao pronto socorro por dores no peito e de barriga, só um mal estar e “virose”. Duas internações por cólica renal, uma resolvido com a explosão da pedra a outra nem cálculo encontraram… Finalmente decidiu procurar um psiquiatra que não tardou a lhe prescrever um antidepressivo. Momento este, o mais feliz da sua vida…

O empresário seguia feliz com seu bom salário e bom plano de saúde. O custo rateado pelos demais funcionários, não chamava a atenção.

O que não foi dito é que tudo isso era parte de um processo que iria resultar em doença de verdade, Sinval estava enfermo.

A enfermidade é um processo patológico presente ou não na doença. Um sofrimento, na forma de um ou mais sintomas. Ausência de bem estar percebido pelo indivíduo afetado ou por outros. Uma anormalidade de função ou comportamento, na qual a pessoa afetada não pode ser responsabilizada.

O progresso do sofrimento sem o rótulo da doença costuma não ter tratamento correto. O diagnóstico biológico, como princípio do tratamento afugenta a cura…

Finalmente para tranqüilidade dos médicos, que agora sabiam o que fazer e parentes do Sinval, que agora tinham pelo que pedir em suas orações, ele fez um aneurisma.

O que levou Sinval a adoecer?

Acreditem! Nosso sistema produtivo e cultural. A cultura da obediência para a sobrevivência, do valor vinculado a bens materiais como sinônimo de sucesso e prestígio social, das metas intangíveis pelo lucro, da dissimilação em nome da tolerância, da supressão emocional com intuito de diminuir a resistência a projetos individuais e organizacionais, da crítica persecutória voltada ao perfeccionismo utópico e da guerra fria pelo não comprometimento pessoal, estão transformando gente em doente. Uma carga que endurecem articulações, enfraquecem mentes e corações, explodem pequenos vasos sanguíneos, queimam estômagos, alteram menstruações, obstruem intestinos e exaurem corpos que doem…

A necessidade de uma visão de bem comum é urgente. O ser humano clama por boas intenções, negociações ganha – ganha, egos diminutos e inteligência criativa. Respeito total ao outro pela compreensão íntima de nossa fragilidade e interdependência. A percepção que o roubo é o único pecado. Em suas diferentes formas e variações transforma a verdadeira inteligência emocional, a do respeito, numa burrice glacial que acelera nossos corpos para o caus.

 

O empresário placebo

Estamos todos obsessivamente em busca da verdade, funciona mesmo ou não, dá resultado ou não dá resultado, é bom ou não é… Enquanto desviamos nosso olhar para a pureza destas respostas, a evidência, nós deixamos de ver o óbvio. Exemplificando recentemente Stallone, o astro de Hollywood, entre gravações de seu último longa metragem numa floresta brasileira, ao ser advertido pelo IBAMA pelo barulho produzido nas filmagens, prejudicando então os macacos residentes, indagou: que macacos? O fato é estarrecedor, pois embora não os visse dentre as árvores, a falta da evidência, a fez crer que não existissem… Que me perdoe Descartes em sua célebre frase “penso, logo existo”, mas apropriadamente neste caso: se não vejo, penso que não existe…

Mauro podia ser um destes macacos que Stallone não viu, um brasileiro formado em Oxford, desfilava um currículo invejável: MD, PhD, CEO e VIP voltava ao Brasil. Rapidamente requisitado por empresas, ministrava palestras. Terno impecável e dono de uma requintada sistemática debulhava generosamente sua cartilha para ouvintes que imediatamente respondiam com muita emoção. Os resultados positivos de Mauro para as empresas eram observados imediatamente: melhora no ambiente organizacional, aumento de produtividade e conseqüente lucro financeiro.

Estava tudo indo muito bem até que a assessoria de imprensa de uma das empresas clientes de Mauro disse: esse cara é placebo! Placebo tecnicamente falando é um termo usado para expressar um efeito positivo oriundo de uma “falsa” intervenção. Sem, seu princípio ativo, a substância, o “conhecimento verdadeiro nuclear”, conteúdo ou centro, estas intervenções transformam pelo que está ao redor delas, a casca, seus contextos e suas circunstâncias. Agem por mecanismos de ação que agora a ciência vem revelar:

1)                            Expectativa: é o principal mecanismo de ação destas intervenções. Palestrante famoso, com títulos no exterior, reforçado pela aparência impecável, ambiente suntuoso e atitude generosa deixava os ouvintes excitados com a possibilidade de encontrarem ali a solução para seus problemas, antes mesmo de ouvir o que tinha a dizer.

2)                            Condicionamento: a sistemática requintada que propunha a seus ouvintes requeria esforço e dedicação. O ritual criado para que fosse repetido sempre ao chegar ao escritório tinha a força de uma oração. Relembrava as pessoas de seus objetivos cotidianamente moldando as suas atitudes ao longo do dia.

3)                            Motivação: falar ao coração das pessoas dava mais motivos, energia, àqueles que arduamente garimpavam uma oportunidade. Sem abandonar a razão, esta residia na boa explicação que encontrava, em sua imaginação, para fenômenos comuns. Reforçada ainda pela constante busca por significado ou propósito que retirava de fatos considerado por muitos aleatórios… Tudo isso, conspirava em direção a premiação final… “O topo, o céu”.

Valendo-se da evolução natural creadora e multipartidária que a vida possui, atribuía seu resultado positivo humildemente a Deus. A despeito desta ou daquela empresa mais sisuda ou crítica em busca de um “DNA da verdade”, 50% de resultados positivos não eram de se jogar fora… Desta forma nosso palestrante paulatinamente conquistou simpatizantes, arrebanhou adeptos e criou súditos até constituir a Igreja Universal PARATODOS e se tornar, o pastor Mauro.

P.S.: Stallone continuou sem encontrar evidências de sua existência…

A licitação do Bolão. O problema de avaliar pela média.

As licitações resolvem os problemas de custos das empresas? Como funcionam licitações em empresas que detêm o monopólio do mercado? O único ou o grande empregador consegue obter o melhor resultado com esta prática?

Bolão era o dono do supermercado em uma cidadezinha do interior. Rei do pedaço, seu poder só se equivalia ao dono da fazenda local, Dr Armando, que mal ficava na cidade tamanha eram as condições insalubres de Piscinópolis. Era também o maior empregador local, o único fiador e filantropo daquela problemática região a qual obviamente já havia sido até prefeito. Ostentava ainda o título de morador mais rico, o que lhe incomodava, afinal como podia ter tanto e sobrar tão pouco? Comparado aos magnatas da cidade vizinha era um pobretão…

Não diferentemente de Piscinópolis se comportam alguns mercados neste país. Governo, seguradoras de saúde, empresas de cimento, sindicatos e alguns setores de bebida e alimentação saem da condição de “empresa” para “mercado” quando por seu gigantismo passam a ser o alvo único ou principal de diversas empresas menores. Sem as características peculiares que regem um mercado livre como autonomia e flexibilidade, aquilo que definem passam a valer para todas as outras empresas do setor, impõem suas condições aos seus fornecedores, não sabem negociar, só barganhar e o que parecia ser uma vantagem competitiva transforma-se no “piscinão do bolão”…

A decisão estava tomada. Vamos baixar os custos da empresa! A saída para evitar os corruptos e alcoviteiros é uma licitação clara e transparente. O alvoroço foi tremendo! A faxina também… A redução de gastos com serviços terceirizados no primeiro semestre chegou a quase 50%. Condições mínimas curriculares e decisão pelo menor preço, obviamente fizeram parte do pacote licitatório. O supermercado contratou uma empresa acostumada com este tipo de concorrência para tocar o projeto e como não dispunha de muita grana negociou um percentual da provável redução dos custos como pagamento à contratada.

Objetivos atingidos. Um ano depois veio a ressaca… Os problemas aumentaram! Reclamações de clientes e prejuízo financeiro basicamente. O pouco lucro que ainda dispunha evaporou! E pasmem… Qual foi a solução ensaiada pelos contratados? Nova licitação!

Dominado por um segundo de iluminação, Bolão esbravejou:

– Chega! E decidiu ele mesmo ver o que estava acontecendo:

1)                            Primeiramente identificou que as pessoas que lhe prestavam os serviços licitados permaneciam as mesmas, logo não parecia ser um problema de pessoal, até a quantidade era adequada.

2)                            Seu único, por assim dizer, possível concorrente, não havia crescido no período de forma significante, logo não parecia ter perdido mercado. As pessoas ainda compravam o mais barato.

3)                            Os custos com os serviços licitados estava realmente menor.

Então qual era o problema? Como que uma empresa que dava um discreto lucro, depois de ter passado por um processo longo e desgastante que foi aquela licitação, estava dando prejuízo? E de pergunta em pergunta foi descobrindo:

Os custos com os serviços, não licitados, ligados a toda e poderosa fazenda do Dr Armando que gozava de uma quase exclusividade duplicou.

Os responsáveis são os auditores! Gritou Bolão! Como foram deixar passar isso e aquilo… Foi quando uma funcionária recém contratada da cidade vizinha lhe disse:

1) – Também… Licitar empresas que vão fiscalizar outras não licitadas dá nisso!

A obviedade assustadora da colocação sapecou um grande silêncio e conseqüente reflexão em Bolão… Percebeu ainda que:

2) A licitação havia mantido os serviços minimamente, mas acabado com a gestão que as mesmas empresas faziam anteriormente.

Desmotivados os mesmos, mas “novos” colaboradores não queriam mais se indispor com os “Armandistas”, partidários da fazenda do Armando. Perderam a crença em resultados, outrora obtidos em empresas que perderam a disputa. Se cansaram de limitar a insaciável gula por “direitos” dos clientes do supermercado e de questionar suas chefias diretas. Estava tudo certo… Estava tudo errado. Os colaboradores eleitos pela licitação descobriram que flertar com o pessoal da fazenda poderia ser a solução. Novas oportunidades e quiçá, receita adicional…Na verdade estas empresas haviam aceitado os valores impostos pelo supermercado apenas para não perderem o cliente, o emprego… Os funcionários eram os mesmos! Haviam migrado para as empresas concorrentes vencedoras da licitação. É muito difícil dizer não para um cliente que é o mercado. As empresas escolhidas passaram a ser meramente uma empresa de recolocação de pessoal, a ordem era prestar os serviços contratados com todas as exigências da renovação que não eram poucas:

3) Eram tantas exigências, detalhes nos contratos firmados que os contratos perderam a pegada, o foco no resultado. O medo de que essas empresas eleitas não cumprissem o contrato, dominou o negócio.

4) A decisão que norteou a maioria das licitações, foi um “equilíbrio” uma média, entre o menor preço e o melhor serviço.

Aquelas empresas consideradas Premium, algumas que recuperavam uma quantia significativa de dinheiro para o supermercado, foram classificadas como empresa A. B para as mediana e C para as insignificantes. Este critério qualitativo não contemplava a quantidade de dinheiro recuperada pelas empresas. Escolhida a empresa B na licitação por ter um preço menor que a A e ter uma classificação razoável, não representava a real diferença de resultados entre A e B. A escolha de parceiros médios, misturando conceitos qualitativos com quantitativos traria resultados no máximo medianos. E na mediana os valores extremos não interferem na média. Os piores, mas também os melhores resultados são naturalmente excluídos. Decisões ponderadas baseadas na opinião média não trazem resultados significativos, mantém o status de “isenção” dos funcionários do supermercado, mantendo o equilíbrio de forças interno, e o desequilíbrio nas contas…

Dois meses passaram…Bolão colocou a recém contratada como CEO do supermercado, passou a fazer contratações baseadas em resultados e performance, perdeu 20 kilos e enfim pode gozar de férias…