Sobre a Ciência, Homeopatia e o Parlamento Inglês

Sou médico homeopata há 20 anos e doutorando em medicina preventiva pela USP, São Paulo. E fico surpreso toda vez que vejo na mídia inferências políticas sobre a homeopatia. Desta vez o parlamento tenta acabar com verba mínima destinada ao estudo deste setor (500 mi), uma vez que gasta 13 bi com a medicina tradicional estatizada. Por estas razões tento explanar sobre alguns aspectos lógicos.<br>

1)      É verdade que os trabalhos relacionados a homeopatia, na chamada medicina baseada em evidências, são fracos e com muitos problemas metodológicos, afinal sem investimento privado algum nesta área e com pouquíssimo investimento público, estas pesquisas são dependentes de alguns heróis que abdicam de comprar um carro ou apartamento para fazer pesquisa.

2)       Há um questionamento preliminar se estes estudos devam ser realizados no modelo epidemiológico tradicional, pois a homeopatia como a psicologia e a fisioterapia propõem tratamento muito individualizado, não sendo recomendado investigação populacional. Afinal a única coisa em comum com a medicina tradicional é que usa medicamento, mas sequer a escolha deste é dada em cima pressupostos fisiológicos similares a alopatia e a enantiopatia.

3)       Existe um problema enorme na Europa com relação aos profissionais que exercem a homeopatia, não são médicos em sua maioria. Este sim é um problema maior, pois existe muito erro relacionado ao não diagnóstico e há omissão de tratamento necessário.

4)       A homeopatia parece ter menos atuação sobre doenças e uma atuação ímpar sobre as enfermidades (sofrimento que rodeia a doença) o que coloca a assistência médica diante de um front inexplorado pelos programas de saúde pública e prevenção. Podendo vir a ser uma ferramenta poderosa na redução de custos numa área que ainda não encontrou uma saída efetiva e eficiente.

5)      A homeopatia existe há mais de 200 anos apenas por proporcionar melhora aos seus pacientes, não se constituindo nenhuma seita, partido ou corporação, não está nem no curriculum das escolas médicas o que a meu ver, só aumenta a ignorância do profissional de saúde, cada vez mais doutrinado a prescrever “receitas de bolo”, perdendo inclusive a capacidade para resolver possíveis efeitos colaterais correlacionados.

Após esta argumentação convido os leitores a fazer um julgamento particular se:

1)      Os investimento em pesquisa nesta área deveria aumentar ou diminuir.

2)       Se a regulamentação, atribuição principal de um congresso ou parlamento não deveria ser em relação aos profissionais que a exercem e a regulação das escolas médicas, aptidão dos cursos e pós graduações. Afinal a quem verdadeiramente interessa a saúde, o paciente, este continuará a usar e a procurar alternativas… A menos que sua experiência seja nociva a sua saúde, o que até o momento também não foi comprovado.

Enfim lhes digo que a ciência assim como a homeopatia tem problemas a solucionar… Não a sufocar… A ciência pode trazer a segurança que a homeopatia precisa para uma maior difusão e a homeopatia pode trazer desafios a ciência para melhorar suas observações. Então por que colocar político no meio, sufocando o pouco financiamento que existe de uma prática que há meu ver, tem muito a contribuir com o bem estar das pessoas…

2 thoughts on “Sobre a Ciência, Homeopatia e o Parlamento Inglês

  1. Concordo plenamente contigo amigo, que a homeopatia leba desvantagem pela falta de investimentos, mas dou graças a Deus também por ela “não fazer parte da indústria”. Ela existe desde os curandeiros, os sábios orientais e sempre funcionou. Somente alguns poucos desavisados não compreendem que ela ameaça a “indústria” que quer remédios cada vez mais caros e a dependência de todos nós. Abs.

  2. Eu tenho uma fé muito grande na Homeopatia e durante muito tempo só me tratei com ela e meus filhos também. Acredito que, como tudo na vida, não devemos ser radicais em qualquer coisa e assim, deve haver um equilíbrio entre todos as ciências.
    A falta de divulgação da homeopatia deve-se a indústria famarcêutica, que a impede de receber investimentos e dos próprios médicos.
    Trabelhei em várias empresas de saúde e existe um ceticismo com relação a Homeopatia.
    Aliás, o médico deveria receitar somente o principio ativo e não o medicamento. Para isto existe o farmacêutico que é quem estuda os princípios e as composições químicas, mas isto e´outra discussão, que pode ser abrangida por esta da homeopatia.

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